Alunos com histórico de repetência trocam o ensino regular pelo aceleradoEstudantes têm buscado a Educação de Jovens e Adultos como forma de recuperar o tempo perdido, muitas vezes orientados pelas escolas de origem
Daniela Garcia - Correio Braziliense
Publicação: 19/05/2014 06:01 Atualização: 19/05/2014 08:12
Ismael estuda à noite na EJA e é exceção entre os colegas: o pai acompanha de perto o desempenho do adolescente de 16 anos |
Depois de o filho repetir duas vezes a 7ª série, o cabeleireiro Sílvio Francisco de Brito, 48 anos, avaliou que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) seria o lugar certo para o garoto de 16 anos compensar o atraso na escola. Além de Ismael Sílvio Rodrigues, outros 500 adolescentes se matricularam no Centro Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas) neste ano. No entanto, o filho de Silvio será um dos poucos alunos dessa faixa etária a cumprir o objetivo de acelerar os estudos. Segundo levantamento da escola, cerca de 200 meninos e meninas (40% do total) estão prestes a repetir o semestre por causa do excesso de faltas.
A situação encontrada na unidade do Distrito Federal tem se repetido em todo o Brasil. Criada para receber jovens e adultos trabalhadores, a EJA está se tornando cada vez mais o destino de adolescentes com histórico de repetência. Na segunda matéria da série “O difícil retorno”, o Correio trata da controversa medida que está permitindo a migração de meninos e meninas do ensino regular para o sistema especial de educação.
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Segundo dados do Censo Escolar de 2013, divulgados pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), alunos de 15 e de 17 anos já são a maioria entre os matriculados no segundo segmento da EJA, o que corresponde aos anos finais do ensino fundamental. No ano passado, foram 466.196 adolescentes nessa fase, cerca de 30% do total de 1.551.438 de matrículas.
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